O Dashboard não é pra você: o verdadeiro significado de storytelling com dados
- Bia Bryan
- 16 de out.
- 3 min de leitura

Storytelling com dados não é sobre gráficos bonitos ou dashboards complexos, é sobre comunicação. Entenda por que alinhar métricas ao público certo transforma relatórios em histórias que geram ação e entendimento real.
Antes de tudo: o dashboard é um meio, não um fim
Muita gente acredita que Storytelling com Dados se resume a montar um painel visual com gráficos bem-feitos. Mas a verdade é que não basta visualizar dados, é preciso comunicá-los.
O dashboard não é pra você. Ele é pra quem precisa entender o que você quer dizer com os dados.
Cada relatório, cada apresentação e cada dashboard têm um público diferente, com necessidades de informação diferentes. Um CEO, por exemplo, não quer ver o mesmo tipo de métrica que um analista de performance. Um empreendedor autônomo não precisa de detalhes técnicos de marketing, e sim de insights práticos que o ajudem a tomar decisões.
Quando ignoramos isso, corremos o risco de criar relatórios perfeitos e completamente inúteis.
Entenda o contexto antes de começar
Todo bom storytelling começa com uma pergunta: pra quem é isso?
Antes de montar qualquer apresentação ou relatório, reflita:
Qual é o objetivo da reunião?
Quem será o público?
Quais são os pontos mais importantes?
O que não pode faltar?
Storytelling com Dados é sobre contexto, não sobre design.
Esse alinhamento é o que separa um analista técnico de um comunicador estratégico.
A análise como etapa de conexão
Depois de entender o contexto, vem a análise. Aqui, é onde a inteligência entra em cena, não apenas para mostrar números, mas para interpretar o que eles significam.
Use perguntas como:
O que estamos levando com esses dados?
Por que isso é importante?
Como resolvemos ou mantemos esse resultado?
Dados sozinhos são fatos. Com contexto, viram histórias.
A metodologia OPC (O quê, Por quê, Como) é simples, mas poderosa. Ela transforma relatórios técnicos em narrativas compreensíveis e orientadas à ação.
Visualização e lógica: a etapa que encanta
Aqui entra o que muitos consideram o “coração” do storytelling: a montagem da apresentação. Cores, gráficos, fontes e disposição visual fazem diferença, mas só quando estão a serviço da clareza.
Visualizar é traduzir. E traduzir exige empatia.
Organize as ideias de forma lógica, início, meio e fim. Evite gráficos excessivos, pense no ritmo da apresentação e use verbos fortes para guiar a interpretação do público.
Visualização de dados é uma arte, mas o público é o protagonista.
Oratória: onde os dados ganham voz
Mesmo o melhor gráfico perde o poder se a comunicação for confusa. Treine sua oratória, postura e expressão verbal e não verbal. Lembre-se: a segurança na fala também é parte do storytelling.
O gráfico fala, mas é você quem dá o tom da história.
Vícios de linguagem, expressões faciais e vocais e improvisação são técnicas que reforçam a mensagem e humanizam a entrega.
Apresentação final: é sobre o outro
Antes de encerrar, pergunte a si mesmo:
Utilizei todas as técnicas?
Atingi o objetivo final?
A mensagem foi clara?
As pessoas entenderam o que eu quis dizer?
Um bom relatório não é o que impressiona, é o que transforma compreensão em decisão.
Afinal, o storytelling com dados é sobre comunicação empática e intencional.Não se trata do ego do criador, mas da clareza para o receptor.
Conclusão: a nova consciência dos dados
O termo “Storytelling com Dados” foi popularizado por livros e cursos que, muitas vezes, limitam o conceito à visualização. Mas a prática real vai muito além: ela é a arte de contar histórias verdadeiras que inspiram entendimento.
O futuro dos dados é humano: visualmente claro, emocionalmente relevante e narrativamente estratégico.
Quando você entende que o dashboard não é pra você, começa a criar comunicações que fazem sentido e deixam de ser apenas arquivos esquecidos em pastas ou PDFs nunca lidos.



Comentários