Beleza Real na Era da IA: o que o “Código Dove” nos ensina sobre estereótipos e algoritmos
- Bia Bryan
- 16 de out.
- 2 min de leitura

A Dove lançou a campanha “Código Dove: A construção de um futuro livre de estereótipos” e expõe como até a Inteligência Artificial pode reproduzir padrões irreais de beleza.
Um alerta e um convite: é hora de reprogramar o que consideramos “bonito”.
Quando a inteligência artificial reflete o que aprendemos, e não o que queremos ver
Vivemos cercados por algoritmos que “aprendem” a partir dos dados que lhes oferecemos. Esses dados, no entanto, vêm de nós e carregam tudo o que somos: nossas crenças, visões, preconceitos e referências culturais.
A inteligência artificial não cria do zero: ela replica o que a humanidade já ensinou.
Por isso, não surpreende que até a hashtag #InteligênciaArtificial possa ser influenciada por vieses e estereótipos de beleza. A tecnologia reproduz o que mais vê, e o que mais vê ainda —é uma representação limitada do que é belo.
O “Código Dove” e o espelho digital da beleza
Com seu histórico compromisso com a Beleza Real, a Dove lançou a campanha “Código Dove: A construção de um futuro livre de estereótipos”.
Criada inteiramente com imagens geradas por IA, a campanha mostra algo poderoso e perturbador ao mesmo tempo: as máquinas aprendem a idealizar corpos, rostos e tons de pele de acordo com padrões hegemônicos.
Se o código aprende com o mundo, mudar o mundo é também reescrever o código.
O vídeo impressiona por revelar que o problema não está apenas na tecnologia, mas nas narrativas que alimentamos, as mesmas que moldam a publicidade, o entretenimento e até os filtros de beleza.
Quando o viés vira padrão
O que a Dove propõe é uma reflexão urgente:se a IA já é usada para criar campanhas, selecionar influenciadores e gerar imagens publicitárias, quem garante que não estamos automatizando os mesmos preconceitos que há décadas tentamos desconstruir?
A IA não é neutra. Ela é o reflexo estatístico de nossas escolhas culturais.
Código Dove: A condstrução de um futuro livre de estereótipos
A beleza padronizada, aquela que se repete em rostos simulados, corpos esculpidos e peles impecáveis, não nasce da IA. Ela nasce de nós. A tecnologia apenas amplifica.
Um convite à reprogramação
O “Código Dove” é mais do que uma campanha: é um convite para reprogramar o olhar. Um lembrete de que a beleza real é diversa, autêntica e livre de moldes. E que, se quisermos um futuro sem estereótipos, precisamos começar pelo que ensinamos às máquinas e a nós mesmos.
A beleza real é um código aberto: cada pessoa reescreve com sua presença.
A Dove mostra que é possível usar a IA não para reforçar, mas para questionar. Para transformar o espelho digital em um espaço de reconhecimento e inclusão.
O novo papel da IA na cultura da beleza
Mais do que uma ferramenta tecnológica, a IA é um espelho do humano. E, assim como o espelho, ela pode distorcer ou revelar. A escolha é nossa.
O futuro da beleza, e da comunicação, depende de quem escreve os códigos, escolhe os dados e decide o que é digno de ser visto. A Dove apenas lembrou o que o mundo parecia ter esquecido: a beleza real não precisa de filtro, nem de permissão algorítmica para existir.
A IA só será justa quando refletir o que temos de mais humano: a diversidade.



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